Axéconchego. / Autor: Cuti.
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Cuti assumiu o compromisso de produzir uma literatura empenhada em combater e desmontar as estruturas coloniais de nossas vidas, mas não a partir de um denuncismo repetitivo e retórico, que, por vezes, atravessa nossa produção contemporânea. Em sua obra, as dimensões ética, estética e histórica se imbricam. Cuti compreendeu, desde o início, que o racismo se estruturou a partir do uso da força como linguagem, produzindo um imaginário e um psiquismo feridos de morte. Nesse sentido, a literatura foi convocada a inscrever a luta pela humanidade e cidadania em uma empreitada de inversão dessa equação, produzindo uma textualidade que explorasse o potencial transformador da linguagem. Seu trabalho literário segue a tradição da arte negra na diáspora e se faz um projeto intelectual de debate, tensionamento e direcionamento da luta antirracista no Brasil. […] “Axéconchego” é um diálogo entre política e subjetividade, apontando para a urgência de a luta coletiva buscar a consciência, o amor e a liberdade.
Cuti, pseudônimo de Luiz Silva, nasceu na cidade de Ourinhos/SP. Um dos mais destacados intelectuais negros contemporâneos – poeta, ficcionista, dramaturgo e ensaísta. Graduou-se em Letras pela USP em 1980. É Mestre e Doutor em Letras pela UNICAMP, tendo defendido dissertação sobre a obra de Cruz e Sousa, em 1999, e tese sobre Cruz e Sousa e Lima Barreto, em 2005. Até o momento, tem publicados: vinte e três livros de sua autoria e quatro em coautoria, além marcar presença com textos seus em dezenas de antologias e demais publicações coletivas, no país e no exterior. Militante da causa negra, Cuti é um dos fundadores e mantenedores da série Cadernos Negros, a qual dirigiu entre 1978 e 1993. É, também, um dos fundadores da ONG Quilombhoje Literatura, além de membro atuante entre os anos de 1980 e 1994. Desde então, faz questão de estar sempre nas edições anuais dos Cadernos, tanto em prosa como em poesia, apenas com uma exceção no número 17, publicado em 1994, do qual não participa. Teve também atuação relevante no Jornegro, órgão da extinta Federação das Entidades Afro-brasileiras do Estado de São Paulo. A partir de 1978, esteve entre os organizadores de várias edições do FECONEZU – Festival Comunitário Negro Zumbi – realizados no interior do Estado.