Consciência Negra em Cartaz. / Autor: SILVA, Nelson Fernando I.

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O movimento negro contemporâneo no Brasil pode ser compreendido por alguns aspectos marcantes, a exemplo dos esforços exercidos por ele para estabelecer uma leitura contra-hegemônica sobre o passado africano e colonial, pode ser explicitado pelo conceito de raça como categoria autônoma de significativa relevância nos processos de exclusão social e pode buscar incessantemente referenciais imagéticos dignos ao valorizar a auto-estima dos afrodescendentes. No decorrer dessa militância, a representação visual assume grande força, extrapola a condição de coadjuvante do verbo e assume certa independência dele mesmo no que se refere à veiculação das idéias provenientes do ativismo. Portanto, é possível constatar que a politização da consciência do povo negro no Brasil se caracteriza pela articulação de linguagens. O presente texto enfatiza aquela que se ocupa da produção da imagem, na medida em que sobre a imagem incide uma série de questões conotativas, que não raro nos induz à dúvida. Interpretar os códigos visuais resultantes das relações raciais e suas respectivas significações tornou-se exercício necessário, tanto quanto o labor no sentido de subverter vários desses códigos para o enfrentamento da violência simbólica que o racismo gera. "Consciência negra em cartaz" lida com tais questões, aludindo a um rol de cartazes impressos ao longo da década de 1980 e cuja importância se reflete na recente atitude corporal manifesta em nosso cotidiano por parcelas visíveis da população afrodescendente. São fundamentais as avaliações sobre as estratégias do movimento negro no processo de construção de uma identidade não subalternizada. Todavia, não há como olhar esta trajetória preterindo os recursos imagéticos que ela suscita. É preciso que se pense profundamente sobre o poder da imagem e as consequências de seu uso neste contexto específico.
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