Oblíqua Glosa. / Autora: RODRIGUEZ, Maria Dolores.
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Oblíqua Glosa dialoga com o que tem se convencionado chamar de literatura contemporânea de maneiras controversas: duplicando alguns de seus procedimentos mais usuais e alargando-os de modo, às vezes, a quase se desprender deles. Foi assim no “Procurem Luisa no Mercado de Arte Popular” (Estúdio Arumã, 2021), seu primeiro livro, e é, de novo, neste. Não se trata de poetizar o ensaio, mas de ensaificar a poesia. E aí não é apenas dar à poesia certo tom de ensaio que lhe cabe desde o título dos poemas, mas de materializar, no poema, a indecidibilidade, a abertura, a fluidez que são próprias do ensaio na apreensão de um fenômeno social, na exploração de um conceito ou ideia. Se trataria, portanto, de ensaiar o poema. Não é a mesma coisa que proseá-lo, no sentido de misturar poesia e prosa. É assumir o poema como lugar do teórico e do conceitual, da experiência e do político, pela via da crítica. […]
Maria Dolores Rodriguez nasceu em Feira de Santana, na Bahia, em 1989. É poeta, artista visual e pesquisadora. Doutora e mestre em Teorias e Críticas da Literatura e da Cultura pela Universidade Federal da Bahia, é professora de Literatura na Universidade Estadual de Santa Cruz. É autora do livro-objeto Procurem Luisa no Mercado de Arte Popular (Estúdio Arumã, 2021) e coorganizadora dos livros Feira de Santana negra (Segundo Selo, 2021) e Rasuras epistêmicas das (est)éticas negras contemporâneas (Organismo Editora e Grupo Rasuras, 2020). Participou, dentre outras publicações, da revista Organismo (nº 10, 2022), da coletânea Poesia Hoje: Negra (p-o-e-s-i-a.org, UNICAMP, 2021) e da reunião de crônicas De bala em prosa: vozes da resistência ao genocídio negro (Elefante, finalista do Prêmio Jabuti 2021). Em 2023, publica Oblíqua glosa (Organismo Editora).
