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Zami. / Autora: LORDE, Audre.
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Zami: uma nova grafia do meu nome uma biomitografia, foi publicado originalmente em 1982 e até então inédito em português, este livro de Audre Lorde — poeta, ensaísta e ativista negra e lésbica — narra os primeiros passos de sua jornada até a “casa de si mesma”, em uma trajetória marcada, do início ao fim, pela conexão com outras mulheres. Chamado não de autobiografia, mas de biomitografia, é um emaranhado indissolúvel de conteúdo autobiográfico e ficção, no qual as histórias das mulheres que fizeram parte da vida da autora são reverenciadas e integradas à sua própria construção identitária. Zami traz as recordações dos primeiros 23 anos da vida de Lorde — de sua infância, marcada pela personalidade grandiosa de sua mãe, pela descoberta do mundo, da injustiça e do pertencimento; de sua adolescência, quando florescem os primeiros poemas; de sua juventude, com a descoberta do amor homossexual e as consequentes dificuldades de ser lésbica e negra nos anos 1950. Zami é a força dessas mulheres que amam umas às outras. Lorde oferece ao público as suas “praias da memória”, que guardam “a cor da solidão”, os “lugares secretos da dor”, mas também “os rituais de mulheres negras penteando os cabelos de suas filhas”, o “cheiro macio da manhã”, as “marés do corpo forte” da amante no encontro erótico. Mais do que isso, Zami dá voz e reconhecimento àqueles corpos constantemente silenciados, indesejáveis aos olhos do patriarcado branco e heterossexual, mas que resistem, não cedem, permanecem. Que erigem a “morada da diferença” e se fortalecem sob o amor e o afeto que “tornam a vida possível”.
Audre Lorde nasceu no Harlem, Nova York, Estados Unidos, em 1934. Em 1959, graduou-se em biblioteconomia pela Hunter College. Em 1961, concluiu seu mestrado na área pela Columbia University. Durante os anos 1960, trabalhou como bibliotecária em escolas públicas de Nova York. Em 1962, casou-se com Edward Rollins, com quem teve dois filhos. Em 1968, conheceu a professora de psicologia Frances Clayton, com quem passou a viver após o fim de seu casamento, tendo sido sua companheira por quase vinte anos. Em 1969, começou a lecionar na Lehman College. Em 1970, tornou-se professora de literatura na John Jay College. Em 1977, tornou-se editora de poesia no jornal feminista Chrysalis. Em 1978, foi diagnosticada com câncer de mama, tendo realizado mastectomia como parte do tratamento. Em 1980, fundou, junto com a escritora Barbara Smith, a editora Kitchen Table: Women of Color Press, para disseminar a produção de feministas negras. Em 1981, foi nomeada professora no programa de escrita criativa da Hunter College. Em 1984, recebeu o diagnóstico de câncer de fígado. Mesmo com a doença, manteve uma rotina intensa de viagens. Estabeleceu uma relação especial com a Alemanha, retratada pela diretora Dagmar Schultz no documentário Audre Lorde: The Berlin Years (2012). Engajada com a luta das mulheres sul-africanas contra o apartheid, em 1985 criou a rede de apoio Sisterhood in Support of Sisters in South Africa [Irmandade de apoio às irmãs na África do Sul]. No final dos anos 1980, mudou-se para Saint Croix, uma ilha no Caribe, onde viveu os últimos seis anos de sua vida ao lado da socióloga e ativista Gloria Joseph. Após seu falecimento em 1992, seus arquivos passaram a integrar a coleção da Spelman College, em Atlanta. Audre Lorde recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira, entre os quais podem-se destacar as bolsas concedidas pelo National Endowment for the Arts (de 1968 e 1981) e pelo Creative Artists Public Service Program (de 1972 e 1976) e o prêmio de excelência literária de Manhattan, de 1987. Em 1991, foi nomeada poeta laureada pelo estado de Nova York.
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Veja também outra obra dessa mesma autora:
Nossos Mortos em Nossas Costas e A Unicórnia Preta
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